quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

eis o mundo!

Dizem que o mundo é mais ou menos isso! Será que conseguiremos fazer um outro mundo?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

retrato de um (pseudo) artista quando jovem (ontem)


(um velho pedaço do que eu já era, meses atrás)


Podia começar com as boas vindas: bem-vindo ao deserto do real!
Eis-me aqui, nesse ponto, olhando pra fora da janela e olhando na verdade pra dentro de mim. Eu já sabia a resposta das perguntas que eu me fazia. Não queria saber pra onde vamos, ou de onde viemos... queria saber por que não eu, ou por que eu quero tanto e as pessoas não me querem. As respostas estavam nos livros que eu estava lendo, estavam na minha cara, nas conversas nos bares, nas novelas, em todos os lugares. Será realmente que mesmo quem pensa que esta vendo o que está acontecendo está de fato? Será que eu consigo fugir daquilo que a minha geração é? Será que realmente eu sou tão especial que eu consigo fugir das minhas determinações, e me ver como sujeito transformador da realidade, que eu custo pra enxergar?
Querer o mais rico, o mais bonito, o mais.... buscar o melhor pra ter a felicidade, nem mesmo sabendo o que fazer com a crítica a tudo isso. Achando isso tudo muito lindo, fechando a capa e fazendo igual... Escrever lindas coisas sobre a alienação, sobre a coisificação das relações humanas, sobre o fetiche das imagens e sobre os mitos modernos da mercadoria, e depois de tudo isso, ainda achar que as pessoas vão gostar de você pelo seu papo, e não pela sua grana ou sua aparência. Uma dica: coloque-se no seu lugar. Enxergue que as pessoas querem mais e o novo e estão vazias, cada vez mais perdidas, ilhadas em si mesmas. Sentem-se os deuses que substituem os deuses que morreram. São a origem do mal e a redenção. Megalomania e prepotência. Você pode, acredite, você vai conseguir, você, você... critica tudo isso, mas fica horas contando sobre como foi seu dia e a sua semana e como está seu coração. Fica implorando por carinho, fica se dando de bandeja, para aqueles que te exploram, te roubam, te aviltam. Cria fantasias e se vê superior a todos, coloca uma máscara de desprezo por eles, mas a noite, olha pro telefone e pensa pra quem vai ligar hoje pra poder chorar e reclamar.
Coloque-se no seu lugar e não que este lugar seja algum lugar feio e frio. Só perceba as pessoas antes de agir. De que lugar elas pensam que estão falando se ele realmente condiz com a realidade, ou se é a tentativa de um míope de ver além. Lembre-se: a ideologia adora se auto-ocultar e se naturalizar.
Você acha que ele é areia demais pro seu caminhãozinho? E me pergunta por que eu gostei de você. Acho que na sua pergunta, já está a minha resposta: gostei de você porque te achei areia demais pro meu caminhãozinho e provavelmente ele também seja pra você, senão você não quereria tanto estar com ele.
Eu aqui achando que eu sou o problema e não percebendo que todos os indícios apontam pra uma sociedade doente, a beira de um colapso, e em busca das coisas erradas, de algo que não vai ser concedido, simplesmente porque não existe.
Devo rir disso tudo? Dar um tiro no pé? Conseguirei exercitar a consciência que parece tão fugidia a cada dia, sem retroceder, sem cair? Terei sempre a ajuda daqueles que podem ver e poderei fazer outras pessoas verem? Posso fazer disso meu objetivo de vida?
(É, pelo menos, já mudei as perguntas)