sábado, 29 de outubro de 2011

Elton "John" sings...

To my friend Sinead

“Blue jean baby, L.A. lady, seamstress for the band
Pretty eyed, pirate smile, you'll marry a music man”

Then I remember the way you were nice as I told you I sucked in snooker. We were a team and you tried to save us from being humiliated by our opponents. Your smile had something about it. Something mysterious and at the same time, transparent.


“Ballerina, you must have seen her dancing in the sand
And now she's in me, always with me, tiny dancer in my hand”

I guess a picture speaks more than a thousand words.


"Jesus freaks out in the street
Handing tickets out for God
Turning back she just laughs
The boulevard is not that bad"

And there you are, telling me about Lybia and Dublin, and the States, and all around the world where you had been. And it was then you told me you liked talking to me in English, because it reminded you of home.

"Piano man he makes his stand
In the auditorium"

You life was like an opera, then a rock concert, fire flying, fireworks, you were moving faster than a ray of light, you were alive like I had seen only few people being. You were authentic and you were free.


“Looking on she sings the songs
The words she knows the tune she hums“

You sing the world in your eyes, in your jests and in your way to look at the world as a warrior princess, as a girl who has seen so much and still gets amazed by what people can do or say. An eternal child yet as wise as a sphinx. Will you let me guess, or will you devour me?


“But oh how it feels so real
Lying here with no one near”

And sometimes, you who cast a fighter shadow, you are all alone, again trying to figure out why he was not the one. Blaming yourself for having misread the signs. Watching the traps and laughing at their faces, but a bit afraid, one can see by the way you walk.


“Only you and you can hear me
When I say softly slowly”

We had so much fun together, walking and exploring and talking till our eyes could not remain open and our tongues had been softened by sleep. We connected in a way we had met only two months ago and it seemed like we had always been friends. You rocked my world then and the distance now makes little difference in the brightness of the remembrance of days past, and of our good times.

“Hold me closer tiny dancer
Count the headlights on the highway
Lay me down in sheets of linen
you had a busy day today”

I have no idea what the future holds for both of us. We have a big big wild world ahead of us, and we want to fly, we want to break the boundaries, and some rules, but never the bonds that links us in this web of dreams, hopes and fears. You are far, yet you are close, you left but you remain in my heart, a hidden precious treasure that I am sure will come up when I least expect.

domingo, 16 de outubro de 2011

Espera

A menina olha pras mãozinhas geladas, pousadas sobre seu colo e fica assim meio sem jeito.
Ela se envergonha das mãozinhas, e tenta escondê-las sob o tecido.
Uma a uma, ela vai tentando cobrir a sua vergonha tremulante, ela vai tentando se esquivar dos sintomas e dos sinais de sua fraqueza.
Ela tenta forçar um choro, quer ouvir seus soluços entremeando o silêncio do seu quarto.
A mala meio pronta, aberta, esperando, faminta de qualquer coisa que possa fazê-la completa.

A menina quer levantar e fechar a mala e falar pronto, mas a mala teima em ficar ali, boquiaberta, exalando um hálito com cheiro de orgulho.

A menina se sente meio jetlag. Ela sente que está no hemisfério errado, no lugar errado, pois que neste momento mesmo deveria se estar em outro lugar, com outros pensamentos, mas ela é só a menina mesmo e ela pode voar milhas e milhas por minuto, será que o barulho ali fora é o mesmo que o barulho aqui dentro?

A menina vai buscando encontrar alguma paz e tenta encontrar alguma energia para sair correndo, para dançar a noite toda, mas sua pele se enflacidece, seus membros se tornam um tanto quanto pesados, ela procura as palavras para falar, mas ela só consegue dizer escuridão e o barulho ali fora e a vontade morrendo como uma planta que murcha na velocidade da luz.

Mas amanhã ela não vai mais estar aqui. O gozo era hoje, mas mandaram dizer que adiou. Coito interrompido, pobrezinha. Ela que viva mais um pouco, rindo ou chorando, se escondendo ou fazendo seu show. Amanhã ela vai sacudir os tamancos, ela vai se deslumbrar com outras paragens, ela vai perceber que o mundo é um pouco maior e mais sensível e mais cru... el a inda não sabe como vai voltar, mas sabe, que agora ela... só precisa esperar.

domingo, 9 de outubro de 2011

Espiral

O menino anda pelas ruas vazias e silenciosas da cidade do morango em uma manhã qualquer. Ele segue seu caminho, subindo avenidas e ouvindo seus pensamentos, alto e claro. Uma gota segue a outra e avisa o menino que ele terá problema. E uma a uma cada gota vai caindo e vai destruindo a beleza do seu caminhar, que se apressa, temendo molhar mais que seu corpo e seus pertences. Novamente a chuva inesperada, sem aviso, sem anúncio.

A chuva vai molhando os cabelos recém-cortados do menino, e vão colando sua roupa ao seu corpo, um tremor o faz quase parar de caminhar, mas ele não sabe se é do vento frio que sopra do norte ou se é de dentro.

O menino sente vontade de matar. Sente vontade de gritar e destruir o silêncio que só é quebrado pelo som dos cachorros, sinfonia canina e cândida. Mas ele se acalma e pensa, ah seu eu fosse um catchorro.

Ele caminha e tenta não tropeçar nas próprias metáforas. Planeja e arquiteta acordos, movimentos, alianças. Ele se vê confuso, de tal forma que nem mesmo a conversa que tem com a anciã, aquela que sabe tudo, ou quase tudo, ele sai de lá do mesmo jeito que entrou, mas mais ímpio.

O menino decide coisas, que ele sabe que vai desdecidir depois. Ele vive e percebe que a vida é corda bamba. Tão fácil perder a concentração e balançar. Tão fácil errar o pé e se ver sem chão, ou cordão. Tão fácil fingir e tingir tudo com as cores da França – vide a trilogia do Kieslowski. Se a liberdade é azul e a igualdade é branca, de que cor é o amor?

O menino mastiga mentiras e tenta transformá-las em verdade e isso faz um bolo no estômago dele, ele pensa em vomitar, mas tem medo de encarar o que virá das entranhas. Antigamente, ele se lembra, algumas oraculentes liam a sorte e o futuro nas vísceras de animais. Mas como ele mesmo dizia àquele que Já Passou, o futuro é incerto. Ele sorri e, pluc, liga a chavinha do... ah, foda-se.