segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Today

The day I learned my sun was in the dark
Was it an eclipse?
I was frightened.
All the firebenders lost their power. When the day
turned night.
But then I could see the star.


I always see it whether be hill or dale.
It guides.
It taught me that Too many butterflies,
Even though beautiful,
End up clouding the air.
And how it shone brilliantly from afar.
How it shone for me
Today.

sábado, 18 de agosto de 2012

Primeiros dias

Olás!
Resolvi escrever aqui no blog um pouco das minhas novas aventuras na University of Florida. Foram quase cinco dias aqui, mas já vivi bastante coisas.

Dia 1: Os voos foram tranquilos, só não consegui dormir no primeiro, mas fiz amizade com um menino que estava vindo fazer high school aqui e que conversava comigo, mas não conseguia falar baixo. Ele acordou a senhora que estava do lado dele várias vezes e depois dormiu no meu ombro. Ele dormiu tão bem que eu nem conseguia acordá-lo.

Na hora da alfândega, tinha aquele papel que eles não tiraram o ano passado. O oficial brigou um pouco comigo, pediu pra eu preencher atrás e pronto, tudo certo.

No aeroporto em Gainesville, tensão com a coisa das malas terem ficado na conexão, mas não. Foram as primeiras a ser entregues. Esperei um pouco e ia ligar o computador pra ver se o meu host do Couchsurfing tinha escrito, mas ele chegou nesse minuto. Colocamos minhas diversas malas no banco de trás e fomos pra casa dele. Antes passamos em um supermercado e compramos algumas coisas que ele precisava.

A casa era uma belezinha e ele foi muito amável e legal. Fiquei num quarto só pra mim e acessei a net pra avisar o povo que eu estava tudo bem. Depois, ele estava fixando os postes pra vinícola dele, e eu fui lá ajudar a enterrar e acertar as medidas. Depois, fiquei observando ele alimentar os gansos, patos e galinhas.
Terminamos o dia num restaurante japonês muito legal.

Dia 2: O Matt me deu uma carona até o escritório do apartamento e eu peguei minhas chaves. (Antes a gente tomou aquele café com torrada e manteiga de amendoim e ovos). Ele ia me esperar pra me dar uma carona até o centro internacional. Levei minhas malas, achei o quarto, joguei tudo lá dentro e troquei de sapato e fui correndo porque não queria fazer meu amigo se atrasar pro trabalho. No International Center, depois de dar uma volta e descobrir que a única porta que não tinha tentado abrir era a minha, encontrei um grupo de meninas, e perguntei pra elas onde tínhamos que ir, e ao perguntar de onde elas eram, brasileiras. Segundo o pessoal do centro, estava havendo uma orientação pros alunos da pós. Ninguém me avisou, certo? Daí, tive que esperar a pessoa voltar dessa orientation e encontramos outros brasileiros. Formou-se uma fila grande no centro e uma moça chamou a gente e fomos colocados numa sala especial, de reuniões. Ela explicou o processo e na hora que perguntou que curso faríamos, eu disse nenhum e ela se assustou. Pediu meus documentos e viu que, não, eu não era aluno de pós. Eu era research scholar, e devia me dirigir a outra parte do centro. Lá, eles disseram que eu deveria procurar meu departamento para eles me inscreverem. No departamento, a pessoa não estava e eu deveria voltar no dia seguinte. Almocei com duas das brasileiras e fomos nos separamos. Voltei pra casa e pude finalmente conversar um pouco com o Steven, um dos rapazes que mora comigo. Ele faz nutrição, estudou um ano na Argentina, um curso de culinária e tem 21 anos. Ele é da Igreja batista e trabalha num restaurante aqui perto de casa.
Conheci também o John, que estuda medicina e tem 18 anos. Ele nasceu no Haiti, mas cresceu em Key West, aqui na Florida. Ele foi muito prestativo e disse que o quisesse pegar nas compras dele, eu podia.
O último dos moradores aqui que eu conheci foi o Juan. Ele é um pouco mais velho que os outros, tendo a mesma idade que eu. Ele fez esportes e agora está fazendo um mestrado na área de Business, já que o esporte é mesmo um negócio. Ele disse que queria aprender português e quer muito visitar o Brasil.
Terminei o dia arrumando o quarto, desfazendo as malas. Alguém deixou o ar condicionado muito alto, eu não sabia onde ele ficava, pra arrumar e sem cobertor, tive que me cobrir com um monte de peça de roupa.

Dia 3: Nesse dia, eu fui andar um pouco mais pelo campus para me familiarizar. Consegui ser registrado no departamento e consegui meu Gator 1 Card. Esse cartão serve pra tudo, pegar ônibus de graça, pegar livro na biblioteca, até pra pagar as impressões e pra usar como cartão de débito do banco e pra ter acesso a certos lugares, como um andar fechado da biblioteca só pra alunos da pós. Depois, em posse do cartão, almocei e fui encontrar com a Libby. Ela conversou bastante comigo, me convidou para diversos eventos que o departamento vai dar e me incentivou a participar do bate-papo em português que os alunos fazem. Dei dois livros pra ela que ela não tinha e ela me deu um dela, que não tenho aqui comigo. Depois, fui encontrar um menino do Couchsurfing (CS) e ele me deu um bolo. Dali, tentei chegar em algum Walmart pra poder comprar um travesseiro e um cobertor, em caso de termos uma noite fria de novo. Precisava também comprar um celular para poder me comunicar melhor com as pessoas e não correr o risco de fazer ninguém esperar a toa. Peguei um ônibus, mas o motorista me falou que eu teria que pegar outro. Desci e fui para o outro ponto e peguei o tal do outro bus, mas desci um ponto depois do Walmart, vi só em cima da hora. Comprei o que precisava, e fui numa loja da Verizon ver celular. A mulher me explicou que o melhor, já que eu ia ficar um ano seria o pré-pago e eles não trabalhavam com pré pago ali. Sem celu, acabei voltando pra casa. Só que eu não sabia qual bus pegar direto, e ninguém sabia me explicar. Até que uma senhora no ponto de bus me explicou que eu ia ter que pegar tipo uns 3 bus diferentes, e o primeiro demorou 40 min. Já vi que aqui é carro ou bicicleta... (no fim peguei só dois bus e o segundo não demorou nada).

Dia 4: Nesse dia fui tirar umas dúvidas no International Center e descobri ainda não tinha sido registrado, só mais ou menos e terminaram de me registrar. Dái, de lá consegui ir comprar o celular, num shopping e ainda fiz um plano internacional que me permite ligar de graça pra fixo no Brasil e mandar torpedo na faixa, mas quem disse que eu trouxe minhas agendas pra cá? Tsc tsc.
Depois de almoçar no shopping e ter adquirido meu celular, fui encontrar com o menino que tinha me dado o bolo no dia anterior. Ele foi muito simpático e se desculpou horrores que ele tinha confundido os dias. Conheci alguns amigos dele e depois fomos até uma feirinha que fica numa praça na frente da prefeitura, toda quarta. Preciso voltar lá com mais dinheiro e comprar umas coisas gostosas e tradicionais.
Depois, fui pra casa e consegui uma carona com o Steven pra ir ao mercado. Parecia uma criança, olhando tudo, lendo as embalagens e na dúvida do que comprar. O que era caro e o que era barato? Coitado dele ficou lá paciente me vendo encher o carrinho como se fosse guardar comida pra uma guerra nuclear. Mas vai saber quando eu ia ter a chance de conseguir uma carona... Voltei pra casa e fiquei fuçando no meu novo brinquedo até a madrugada.

Dia 5: Nesse dia eu tinha uma Orientação de como usar os recursos da biblioteca, dada para os alunos estrangeiros por uma moça que trabalha lá e é estrangeira também. E amigas bibliotecárias, vocês devem imaginar o que eu estou falando. O que é aquele lugar? Paraíso... A moça foi uma simpatia, e o engraçado é que na Orientation tínhamos: uns 25 alunos chineses, uns 5 indianos, uma da Costa Rica, uma do Peru e eu. Foi na biblioteca de Ciências Humanas, mas da área de humanas só tinha eu. Depois disso, marquei de ir num centro de projetos sobre a diversidade. Na verdade, voltei pra casa e cozinhei meu primeiro arroz e fiz salada. Depois fui no centro e conversei com a Lauren. Ela me informou sobre os diversos projetos do departamento e eu contei um pouco do meu background. Parece que vamos ter uma conversa bem legal.
Depois disso fui passear com um novo amigo num restaurante mexicano, fomos passear pela universidade. Conheci o outro lado do campus que eu não conhecia, fomos ao lago Alice, ver os crocodilos e depois ficamos na casa dos morcegos, esperando eles saírem.
Depois voltei pra casa.

Dia 6: Os highlights dessa sexta foram o almoço num mexicano (já que no dia anterior eu tinha comido já e só acompanhei) e um coquetel do departamento. A festa do coquetel foi bem legal. Conheci um monte de gente, fiquei meio deslocado às vezes, mas tentei me apresentar e consegui ter ótimas conversas e conhecer professores muito interessantes. Como estava meio sem fome, não comi muito, mas tomei várias tacinhas de vinho. Fiquei alegrinho. Mas fiquei mais alegre mesmo pelas pessoas interessantes que conheci no lugar. Vamos ver como eu poderei manter contato com eles durante esse tempo. Uma delas era filho de brasileiros e conversamos um pouco em português. Depois vim pra casa e desmaiei. Acho que o calor me dá mais sono do que deveria.

Fotos:

 Café da manhã
 Fazendo a vinícola
 Um dos prédios da UF
 Meu novo amigo do CS
Meu apê por fora... meu quarto fica nas janelas com as persianas mais abertas
 Capela da Universidade
 Primeira visão dos crocodilos
Casa dos morcegos
O que se mexe são os morcegos voando

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Carta aberta


Carta aberta de adeus até mais

Olá, meu amor!

Olhando pra trás nesse tempo todo que estivemos juntos, um arco-íris se forma. Só que ele não tem só 7 cores. Ele começou com Seven, mas ele foi ganhando outros matizes, e não só cores, ele se completava com cheiros, com texturas. Ele virava um caleidoscópio e a gente se enxergava e a gente se entregava. Foi puro e honesto e sincero, mas não foi também o oposto, por vezes?


Lembro da sua carinha surpresa e feliz, quando eu falei que não ia mais pra Floripa, pra poder investir em alguma coisa que eu não tinha certeza se seria verdadeira. "Você nem me conhece!" Minha primeira reação foi te contar que eu viajaria em menos de um ano. E pra você aquilo não importava. Você era carpe diem e o ano seguinte estava universos de distância. No fundo, eu contei aquilo, meio sem fé. Algo tão intenso, que começa assim, em dois dias, iria durar até o ano que vem? Against all odds (and evens) durou.

Você me proporcionou coisas que eu não conseguiria nem listar. Muitas coisas doces, outras amargas. Mas não é assim a vida? Com seus altos e baixos? Como esperar ver apenas um lado da moeda? Você me fez mais forte, mais voraz, você me fez feliz. E ainda faz.

Realmente não ficaram muitas mágoas. As que ficaram o tempo vai apagando, desde que a gente cultive as boas memórias e balize a nossa nova relação nessa base que criamos. Sei que você se esforçou e cresceu, muitas vezes à força. Eu não me dobrava como mato ao vento, eu endurecia, e você me entendia e dançava a dança, e essa era a nossa grande aventura, ao som do "ritmo antigo". Eu te fiz mais rico e reconheci em cada detalhe o seu amor e sua dedicação. Era exatamente esses detalhes que me faziam querer você mais e mais, e eram eles que machucavam mais, nas suas desatenções. 

Sim, a vida é um rio e a gente sabe onde ele vai dar, mesmo sem saber direito como, é fluído, paciente, rola pedras, contorna, vira lago, vira ravina.E somos também ponte. Te levei a um novo lugar e espero que você goste e saiba como se comportar. Você também me levou. Estou nele e vou adiante. Eu escolhi um caminho de aprendizado, um exílio necessário, para poder me encontrar e poder desenvolver certas coisas das quais eu havia me distanciado no último ano. A pedra a qual eu me seguro, diria Melua, "imagine if you let go". Você também vai crescer, tenho certeza, se estiver disposto a isso e vamos rir muito e talvez chorar, mesmo com a distância, sobre tudo o que for acontecendo. O amor, posto que é sincero, esse fica. Ele vira coisas bonitas.

Vou tentar voltar mais forte, mais justo, mais leve. Com certezas as novas perspectivas vão estar abundantes. E vou tentar acima de tudo ser mais sábio. Amo-te como sempre amei e desejo que você fique, mas que possa mesmo assim viajar para novas paragens, que vá além dos seus limites e seja mais e mais o ser humano do qual eu e as pessoas que te amam se orgulham. (E lembre-se de não subestimar as pessoas e de levar o guarda-chuva e o agasalho hehe)


O fim (só que não)