quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Presentes 1

Ganhei esse poema de presente. Ele diz muito de mim, não por mim, mas por como alguém me vê. Se o autor quiser, pode se manifestar para a manutenção ou remoção do presente, mas queria vê-lo aqui... parte de mim, no meio das minhas palavras. Espero que ele não se importe. Mas tá tão lindo...

Eles

Eles vão mentir, Elton.

Eles vão mentir quando disserem que sua existência é dispensável e gratuita. Eles vão mentir quando reduzirem seu intelecto a grunhidos pós-evolutivos.

Provavelmente estão envergonhados. Provavelmente não perceberam.

Não anteviram que você, errante, resplandeceria alguns metros quadrados no coração faminto, cinzento e fabuloso da República – in English, mas com sotaque caipira. Eis teus homens, teus saberes e sabores. Tuas peripécias.

Se eles tivessem te imaginado antes do Big Bang, trocariam olhares e fariam uma pausa antes de gargalharem estúpidos. Não acreditariam que nasceria esse deus imperfeito, essa semente promissora, indivíduo apaixonante, íntegro e com sabor de tempestade.

Não. Impossível. Os átomos jamais formariam Elton.

Por isso eles mentem. Mentem porque foram surpreendidos.

O drama cósmico de luzes e sombras encontra nesses lábios aconchego, unidade e equilíbrio; o prazer de completar, sentir e trocar. Se o Big Bang foi para isso, que explodam igualzinho da próxima vez!

Eles mentem, mas eu sei. Eu sei orbitar. O mundo pode entrar em colapso – ‘dow’ jones, ‘up’ jones – mas a luz nunca apaga para quem Elton floresce. Não posso tatear o Sol, mas posso tateá-lo, e é por sua cútis que o Astro Rei se revela.

Eles? Eles não encontraram o pote de ouro. Eu encontrei, e desde então o Universo pulsa mais eloquente, mais verdadeiro.

E mais ausente. Infelizmente.

2 comentários:

  1. Nunca gostei muito de odes, mas essa realmente exprime a aura que há que em você.

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  2. Hey kid,

    Este poema está tão você, tão lindo, que dá vontade de abraçar o sol e beijar as estrelas.

    bjs

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