quarta-feira, 12 de novembro de 2008

(o pior (pre)texto)

Prepare-se para ler o pior texto que já leu.
respire fundo e pense duas vezes.
Quem avisa amigo é. E eu começo invocando as musas.
Onde estão vocês nesses tempos?
Me fazem abandonar meus leitores na solidão de uma palavra amiga.
Deixam-me fazer minhas frases artificiais, desengonçadas.
Devem estar em Acapulco...
E eu, indeciso entre a prosa e a poesia.
Buscando rebuscar meus vocábulos,
Indeciso. Que língua vou usar?
Que língua eu sei?
Como vou contentar a todos? Aqui e lá fora?
O cárcere já não me impede mais de sair, mas a linguagem virou minha nova prisão.
Queria escrever um texto sobre a rainha da bala Chita!
Com sua coroa de papelão, em seu trono de plástico, com seu sorriso largo dentes afiladinhos bochechas rechonchudas!
Ou sobre a morena do banheiro. Aquela que sobe no vaso e grita, um grito assustador, enquanto a água sobe sobe e se derrama por todo piso. Desce água! e desce daí! O de baixo é meu!
Mas o texto se perde no tempo. Fica na gaveta imaginária da minha cabeça.
Queria escrever um texto em escrita automática,
Mas ele fica tão certinho. Estou preso no academicismo. A Razão me pegou.
Solta, fia! Solta que eu sou macumba!
(Não que eu seja mesmo, mas a filha da puta não precisa saber)
Você já se sente nauseado de ler tudo isso?
Pode parar. A tendência é piorar. Sabe, eu não sou assim não. É fase. É frase... Tem crase?
Você continuou? Sabia. Você é meio masoquista. Eu também.
(mas você não precisa saber)
Tem um poema lindo também. Em decassílabos. Ou em decadêntibos...
Tá ali, na terceira gaveta do meio. Já sei, não botei a culpa no tempo.
Falta tempo, sabe? Tem tanta coisa. E a lama (ou a alma) vem depois.
Puxa, você deve estar pensando que eu sou maior deprê.
Nada não. Já até escrevi de flores e frutas, (ou fruta?)
(não que ele saiba que eu o trato assim)
Dizem que todo bom poeta usa uma frase entre parênteses e nenhuma entre parentes.
Bom, não preciso contar pra você, né? Mas já disse num outro lugar, não sou poeta, sou punheta.
Eu tava falando do poema, né?
Não é um desrespeito a gente começar a falar de alguma coisa e de repente ir falando outra e outra e não chegar a lugar algum?
fazemos o que p(h)odemos
O poema é uma elegia
(é esse que é de alegria?) Bom, se você quiser, pode ir procurar na Wikipedia. Se quiser ficar por lá e não voltar, tudo bem. Vou te amar mesmo assim.
A elegia é pros meus amigos. Tem o nome de cada um, e tem uma figura em forma de palabras que eu fui criando desenhando com sílabas e pincelando pontuações, em homenagem ao momento em que a dureza da vida se suspendeu, me vi no limbo, mas não sozinho. Era um limbo de algodão doce, todo azul-bebê e rosa, quente e doce na pele, um beijo na boca de Deus.
Era no meu aniversário. Havia sons, passarinhos, risadas, jazz, comida, bebida e muita gente que gosta de mim.
Pena que ninguém chegou até aqui. Até parece que eu não estou escrevendo o pior texto da minha vida. Nem parece que terminei um capítulo.
Se você chegou até aqui, parabéns e me desculpe. Perdoe a esse seu humilde criado das palavras os erros no texto. Não o reli. Ninguém vai ter coragem de fazê-lo.
Já te falei dos parênteses? Vai lá ver se os clássicos ou os modernos os usam. Usam nada. Pobres parênteses. São a pontuação mais triste da ortografia. Tem sempre alguém entre eles. daí, você diz, "ah, tem as aspas!", mas as espertinhas tão sempre por cima.
O poema elegia da alegria é alegoria? Calma. Tá aqui na minha cabeça. Um dia sai. Quando Calíope, Erato e Tália voltarem.
De onde? Só Zeus sabe.
E eu? Vou.
Onde? Só eu sei.

5 comentários:

  1. Um (pos)texto não seria melhor...

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  2. Hey kid,

    hahahaha, só pra te contrariar eu li três vezes!!!! Está bem divertido, só não sei se ele vai gostar de ser chamado de fruta, ai ai ai!!!
    Crianças....sempre aprontando!!
    E duvido que as musas tenham saído de férias, senão você não teria escrito um texto destes.Acho que você só precisava de um (pre)texto pra alegrar nosso dia.

    beijo

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  3. Bela bagunça...


    parece a mente de uns e outros por(r)aí

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  4. Buenas, senhorito!

    Entonses encontrei teu blog! Entre lá no meu tb... e dê uma olhadela nos textos e devaneios deste ser... rs

    Gostei do estilo... =)

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