(uma amiga nos inspira e a gente tenta...)
Sento aqui pra escrever um texto e não sei se estou escrevendo o texto ou se ele está me escrevendo sinto a mão pousar sobre a pena e percebo que a pena não existe o que é uma pena porque eu vou digitando maquinalmente na maquina que não mente se quem mente é quem sente e a maquina não parece sentir e as letras vão pulando no compasso do meu coração que fica batendo mais devagar e mais rápido tentando acompanhar os movimentos dos meus pensamentos e eu viro para olhar ao meu redor e o texto continua a me escrever e a me inventar e eu me vejo inventando desculpas para tentar me explicar e vejo que não me entendo pois ajo de uma forma que não deveria e o sol entra pela janela apesar de ser noite e eu não consegui dormir pois quem dorme não entende que a vida passa rápido e tudo parece ser externalidade e fugacidade e já não adianta mais prestar atenção nos cabelos brancos que despontam nas têmporas já que tudo vai passar e logo eles vão estar brancos e pretos e amarelos e azuis correndo comigo pelo universo cavalgando num cometa qualquer em direção a buracos negros e eu sinto que um está me puxando a ano-luz daqui, ou seria ele ali na minha cama rindo pra mim e me puxando puxando sugando e suando e na hora que eu chego perto ele vira uma supernova e não ri mais porque ele está namorando por aí e eu aqui sozinho com o texto e com a pena que já voou pela janela mas sempre volta como um bumerangue para mostrar quantos livros eu ainda tenho que ler e quantas horas eu ainda tenho que trabalhar e o suor pinga da minha testa e molha o solo arado pelos meus pensamentos e as sementes parecem demorar tanto pra vingar e o amor não chega pois acho que ele pensa que eu já não estou mais aqui, que eu mudei pra antártida onde tudo é frio menos a minha vontade de ser e de entender o mundo e a mim mesmo e eu vou tentando entender e nunca entendo e decido cavocar mas nunca consigo cavocar sozinho daí uso o telefone pra poder falar com deus e fica só dando ocupado porque acho que todos querem falar com deus e eu decido falar com o diabo mas ele está de férias e eu fico sem falar nada e sem cavocar só olhando por cima pra ver o que eu quero pro meu futuro que é algo que não existe igual ao passado porque tudo é uma grande especulação e memórias de impressões tingidas de tinta-sangue subjetiva um amontoado de irrealidade real porque não existe nenhum lugar fora da ideologia nem pecado ao sul do equador e eu fico martelando sentimentos que não são meus e fico vivendo dores alheias porque tenho medo da chuva e tenho medo do escuro e tenho medo do texto que não para de me escrever e de me mostrar que não tenho tempo de escrever e de amar e de voar e de intelegentiar e tem uma menina apontando pra mim e dizendo que eu sou inteligente mas ela não sabe que eu sou apenas uma fraudezinha que sabe fingir direitinho e que quer se libertar das amarras das coisas que não sei fazer porque quero fazer mais agir mais e ter um valor social mais adequado ao invés de ficar aqui sendo escrito e a chuva caindo lá fora e molhando a cabeça de quem não tem teto e sinto raiva e vomito alguns gnomos que pisam nos meus olhos e me fazem dormir.
Fiquei triste lendo seu texto... senti sua angústia. Espero que melhore... Bjks
ResponderExcluirWow!!
ResponderExcluirE eu que achei que só eu tinha essas crises de existencialismo noturnas, hahaha.Ainda bem que já passou, que foi só um susto, e que você deixou aqui, assim te conheci mais um pouquinho.