sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Diário de bordo - dia 06-07 – Helsinque

Aqui estou de volta com as aventuras pela Europa. É engraçado perceber que já faz quase três meses que etive lá e ainda estou com pique de contar como foi, mas comecei, vou até o final.

Os leitores vão perceber que haverá uma mudança de estilo. Da minha escrita frenética e, não raro, cômica, passarei a uma descrição mais lenta e contemplativa, filosófica. Mas isso não é porque estou mais zen. Estou reproduzindo o que se passou na própria viagem. Depois de dias correndo como um louco pra ver 30 lugares em 2 dias, e de ter estado num lugar que não sabia quase nada, fui parar no meu destino inicial. O objetivo desde semrpe havia sido a Finlândia.

Mas por que esse país tão exótico?

Há muitos anos atrás, antes do advento da internet e essas parafernálias todas como MSN e afins, eu me vi apaixonado por enviar e receber cartas. Mandei e recebi incontáveis cartas de gente de todo lugar do Brasil, e depois, ampliando, de fora do Brasil. Daí, uma das minhas primeiras correspondentes foi uma garota de lá. Depois de treze anos, descobri que na verdade, a vizinha dela recebeu a minha carta, ams não quis me escrever e perguntou se ela queria. Me lembro com surpresa de quando recebi a carta dela, e mais ainda, quando recebi a foto dela. Imagina uma moça da cor da neve, mas recebi a foto de uma... indiana?

Foi minha primeira lição prática sobre globalização e genética. O pai dela era indiano e a mãe era um escandinava loura!

Além dela, anos depois com a internet já, fiz um amigo e ele até veio me visitar no Brasil. Precisava retrebuir-lhe a visita!

Enfim, a saída de Copenhagen aconteceu sem muitos contratempos. Afinal, depois de Paris, redobramos os cuidados e o tempo de antecedência ao voo.

Viajamos algumas horas, posto que a opção mais barata era ir pra Helsinque via Amsterdã. Lá estávamos nós de novo em Amsterdã, mas ainda não era pra desvendá-la.
Chegamos no aeroporto e tinhamos uma comitiva nos esperando: meu amigo, minha velha amiga e o namorado dela.

Abraços, cumprimentos, depois de treze anos nos escrevendo, eis que nos encontrávamos ali, de carne e osso.



Fomos pro carro e de lá, fomos pro apartamento do meu amigo. Já olhando pela janela do carro, percebi a diferença que eram as ruas, a disposição das casas e as pessoas.
Ele morava num bonito apartamento, espaçoso, bem mobiliado, com uma vista muito legal, árvores e árvores e árvores pra todos os lados...

Do lado da casa dele havia um mercado. Era tão estranho depois de ter tido contato com a língua francesa e dinamarquesa, aquela língua era muito muito diferente. A cara dos produtos era diferente também. Uma maçã continuava sendo uma maçã, mas era como se ela tivesse sido pintada com outros pincéis ou outras tintas.

Ficamos conversando e descansando até minha amiga ligar e nos dizer que podíamos ir pra casa dela. Jantaríamos lá. Foi um jantar todo indiano e a casa dela era muito legal: muitas plantas, uma decoração bem oriental, apesar de ser mais escuro que o do meu amigo. Almoçamos fartamente (inclusive uma das coisas que lembro com mais saudades da Finlândia é das horas das refeições). Depois, nós 5 - os dois brasileiros e os três finlandeses - fomos dar uma volta pra conhecer os arredores. Nem andamos um quarteirão de onde ficavam os prédios e já entramos numa espécie de bosque. Pessoas correndo, trilhas, árvores dos mais diversos tipos e aparelhos para ginástica feito de madeira. Além de fazer uns exercícios, e tirar umas fotos artísticas, tivemos uma aula de botânica: apesar de não ser a especialidade de nenhum deles, eles tinham um quê de escoteiros, sabiam pra que servia várias plantas, quais fungos eram comestíveis e coisas do tipo. Ou eles me enganaram bem, ou viver tão perto da natureza torna-a mais compreensível. Me senti um zé da cidade.




Depois, fomos parar num playgroud. Ali havia uma rede de cordas, formando uma espécie de teia de aranha e eu quis muito subir. Percebi que era complicado e que ela tinha uns 6 metros ou mais. Pensei, "isso é pra criança?". Acabei me sentindo no cirque du soleil, e me pendurei de cabeça pra baixo. Já que tava no outro hemisfério, ficar de cabeça pra baixo me fazia ficar na posição que costumo estar por aqui mesmo.




Depois, cansados, partimos pra casa. Chegando lá, percebi que nem tudo eram flores: meu pen-drive, que tava na mochila e havia passado pelos raios x da vida,pifou.

Além disso, fui procurar as chaves pra abrir o cadeado da minha mala. Nao achei em lugar nenhum e só podia ser uma das duas: ou havia esquecido na mesa da casa do Rumle, ou tinha trancado dentro da mala na pressa de fazer as malas. De qualquer forma, o Jake não tinha ferramentas ali e eu teria que esperar irmos pra casa dos pais dele, pra podermos arrombar... e eu achando que ia despistar Murphy com tantos voos pra lá e pra cá... mas ele sempre persegue (ou, ok, eu fui muito lesado...)

Mas logo isso seria resolvido. Em poucas horas estariamos partindo para o Leste.

4 comentários:

  1. Mas... só isso! Tem continuação? E a língua... Você não falou quase nada da língua. Que cidade da Finlândia você foi? Tinha mulher bonita pelas ruas? Você esperimentou um pedaço de jälkiuunileipä?

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  2. Claro que tem continuação... foram 7 dias de Finlândia....
    Mas é igual folhetim aqui, tudo vem em pedaços... hehhehe

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  3. Hey kid,
    Adorei esta parte, está menos confusa, diria até lúdica de certo modo:)E que coisa esta de escrever pra alguém na Finlândia...que doido.Agora minhas perguntas,hahaha
    Voce escreveu pra lá sem conhecer a pessoa?Como?Por quê justo lá?
    Qual é a comida típica de lá?
    E cadê a foto da sereia???
    bjs

    sil

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  4. Hey!

    Fiquei super curioso mesmo... sobre a continuação disso... e tudo o mais...


    saudades, senhorito!

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