sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Jornada para Utopia: Dia 4



Estava uma manhã nublada e fria. Garoava, mas isso não seria um problema já que nossas atividades cedo seriam basicamente em lugares fechados. De manhã, iríamos ao Museu Real de Ontário, que não é um museu do tamanho do Louvre, mas impressionava já do lado de fora por sua pirâmide de vidro incrustada na fachada.







O museu estava dividido em várias alas diferentes e tinha exposições da artefatos asiáticos (especialmente, mas não apenas, chineses). Depois dessa parte fomos ver a area dos minerais. Havia algumas projeções, podia-se ler mais sobre a origem das rochas através das telas interativas. O ponto alto foi a estante de minerais fluorescente, brilhando num canto escuro. Também, tinha uma seção de pedras preciosas e mais ou menos umas 30 câmeras.





Depois das rochas fomos para a parte de História Natural do museu. Vimos todo tipo de animal e selecionei os mais bonitinhos pra ilustrar.



E claro, tinha uma simulação de caverna, escura e aterrorizante, cheia de morcegos. Não sei porque eu sempre lembro da minha irmã mais nova em lugares como esses.



E de repente, enquanto estávamos visitando o setor romano, aprendendo um pouco sobre o império e aquelas coisas todas, as luzes apagaram. I tinha acabado de tocar num daqueles monitores interativos, e assim que o toquei, escureceu tudo. Eu pensei, nossa, esse daqui é bem interativo mesmo. As luzes de emergência se acenderam. E em menos de um minuto se apagaram e lá estávamos nós de novo no escuro. Começamos a pensar o que poderia estar acontecendo. Uma segurança do museu, que falava (mal) inglês com um sotaque muito forte começou a falar pra gente que não era pra andarmos pra que não começássemos a dar encontrões contra as peças da exposição. O Dale achou que estavam roubando o museu. Ás onze da manhã numa quarta? Ele tinha certeza que estavam roubando a tumba chinesa que devia pesar umas 3 toneladas. Eu duvidava um pouco da possibilidade. (meu joelho e o pessoal no escuro no fundo).





Andamos até um sofá que tinha perto de onde estávamos esperando. Não quisemos ficar andando porque outras pessoas estavam e a segurança ia sair do meio das sombras e dar uma bronca neles: “senta no chão e não se movam!”. No chão, não, amiguinha. A gente é fino. Luzes de emergência, 30 segundos, já era. Essa era a visão que tínhamos do saguão de entrada a partir do nosso andar.




Luzes!




30 segundos e pronto. =\
Esperamos e esperamos e nada acontecia. O que se podia fazer no escuro, num museu, na ala romana? Fazer como os romanos? Por que não uma entrevista e um pseudo-documentário sobre como, depois de 20 minutos, eles finalmente decidiram evacuar as pessoas, primeiro fazendo a gente andar em círculos e nos levando afinal ao saguão de entrada onde tinha mais funcionários do museu que não tinham a menor ideia do que tava acontecendo e por que a energia tava demorando tanto pra voltar. (Não é defeito do arquivo: a maior parte do “documentário” foi gravado no escuro, para dar a impressão real das condições que tivemos pra conversar)




Finalmente, depois de uma hora, alguém chegou pra gente e falou: estamos fechando o museu e dando um cupom para vocês voltarem até o final do mês. A coisa é que, e eu tinha esquecido de mencionar isso antes, tínhamos comprado os ingressos pra exibição especial dos dinossauros, e tínhamos deixado pro final. Sem reembolso, eu pensei, teríamos que pensar num esquema pra poder voltar no museu naquela semana. E o congresso começaria no dia seguinte.

De qualquer forma, de volta às ruas, estava frio, mas não garoava mais. Andamos por uma rua bem chique e uma câmera escondida me pegou saindo de fininho de uma loja de marca em promoção (de mãos vazias, se você é um bom observador). Só espero que isso não afete minha fama de não gostar de roupa de marca.



E começamos o nosso passeio caminhando pelo centro da cidade. Andamos tanto quanto havíamos andado no dia anterior, talvez uns 5 km. Atrás da rua chique havia uma menorzinha, mas muito bonita, e uma praça com um design bem fora do comum.



Mais prédios bonitos e diferentes estilos de arquitetura. (Nessas horas eu queria ter o poder dos meus amigos da arquitetura de dizer que isso é rococó e aquilo é estilo qualquer-coisa-moderno)



E chegamos no Village. Trata-se de uns quarteirões de bares, lojas e prédios de apartamento dedicados à comunidade gay. Bandeiras de arco-íris por todos os lados, e todos os estereótipos passando por você. Uma experiência maravilhosa. A única que eu vi lá e não pude explorar melhor foi um restaurante onde você é servido por pessoas cegas (se entendi direito) e no escuro total. Deve ser muito interessante. Na próxima vez, quero comer lá.





As placas das ruas são decoradas de acordo com a parte da cidade que você está. Não tem como não notar.





As próximas fotos são: a esquina mais famosa (e gay) de Toronto – Church St com Wellesley St. Não parece assim na foto, mas meu super guia e amigo me disse e até a Wikipédia confirma. A segunda é a foto de um bar onde foi gravado algumas cenas da versão americana de uma série que eu costumava acompanhar quando eu era pequeno – Queer as Folk.







Aqui estou do lado da placa indicando Younge St. Por que ela é especial? Só porque ela costumava ser a “rua mais longa do mundo”. Aparentemente aqui meu guia estava desatualizado. De acordo com as fontes de costume (WIKIPEDIA, 2012), o Guinness considerou ela a rua mais longa até descobrirem que a Highwya 11, que deveria ser a mesma rua, não era.





Aqui é Dundas, a Maddison Square de Toronto. (OK, ela é mais impressionante que parece na foto. Ângulo ruim.)



Nossa próxima parada exigia pegarmos o ônibus e o metrô. Não dava pra ir andando. Eu estava afim de ir num lugar onde o Dale não tinha ido antes. Ele não tinha ideia do que íamos encontrar lá. E fomos para o Bazaar Indiano. Eu estava esperando um grande supermercado ou um galpão cheio de lojas e os cheiros da Índia e alguma música indiana de fundo. Errado. Assim como Kesington, o Bazaar não era um centro, mas uma rua cheia de lojas e restaurantes. Andamos três quarteirões e pronto. Pelo menos conseguimos tirar umas fotos de um ciclo-riquixá. O pneu furado é uma boa evidência que esse era mais pra turista ver do que pra usar.







E mais placas customizadas. Saindo das terras indianas, suponho que estávamos andando pra oeste, pois acabamos chegando nas praias mediterrâneas, nós ulissesmente chegamos na Greektown (Cidade Grega). OK, nosso dia não tinha sido uma grande odisseia, mas podemos imaginar que foi. De novo, podíamos dizer pelos narizes e pelas sobrancelhas e pelas placas em grego e as bandeiras gregas que realmente estávamos numa pequena versão de um lugar onde virando a esquina encontraríamos uma acrópole ou algum templo qualquer.






Não encontramos nenhum templo, mas estávamos famintos e nosso plano era mesmo comer comida mediterrânea. O Dale me levou pra um restaurante onde ele já tinha estado. Parecia meio caro, mas os preços até que estavam razoáveis. O banheiro era bem interessante, a decoração, mas tinha deixado a câmera na mesa e tinha que descer umas escadas. Os pratos estavam deliciosos e até tive que desabotoar a calça (e não teve quebra de pratos, exceto quanto um garçom derrubou um sem querer).





Então, estávamos bem cansados quando voltamos pra casa. Tínhamos que planejar o dia seguinte e não íamos mais pro Forte York, desde que o ingresso ia ser exatamente o preço da exposição dos dinossauros e nós já tínhamos pagado aquela. Nosso missão era então aproveitar a manhã livre, antes do congresso começar, para ir ver os dinos.

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