terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Jornada para Utopia: Dia 8 (versão de LVA)

A viagem para Montreal foi tranquila. Havia as crianças, mas elas dormiram normalmente e não houve outro problema. Teve uma parada às 4 da manhã. Eu estava com sede, minha água tinha acabado. Eu comprei um chá gelado e voltei pro ônibus. O rapaz que estava sentado ao meu lado não estava voltando e quando ele voltou, o ônibus partiu. Nós não conversamos mas quando estávamos perto de Montreal, eu acho que perguntei a ele se estávamos perto e nós conversamos uma meia hora até chegarmos na nossa parada. Eu não me lembro do nome dele, mas ele era estudante em Toronto e era de Montreal então ele foi lá para visitar a família no feriado.
 
Quando chegamos, eu comecei a procurar o metrô. Ainda estava escuro. Uma mulher que tinha descido do ônibus me perguntou se ela podia me ajudar e eu disse pra ela que eu estava procurando o metrô e ela me disse pra eu segui-la. Achamos a entrada do metrô e ela esperou por mim enquanto eu comprava as passagens. Seu nome era Denise e ela era de Montreal. Conversamos por algumas estações, mas eu tinha que descer e ela me desejou boa sorte nas minhas aventuras.


Quando sai do metrô não estava mais escuro. Eu podia olhar a minha volta e observar a cidade. Eu informei as pessoas que iriam me hospedar que eu chegaria bem cedo. Eu achei a rua que eu tinha que ir, mas para a esquerda ou direita? Peguei o meu aplicativo de bússola e decidi ir rumo leste. Meio lógica, meio sorte. Eu estava caminhando sozinho, as ruas de uma cidade nova, sendo recebido pelos primeiro raios de luz daquela manhã de domingo. Cheguei. Subi as escadas direto para o terceiro andar.

Quando entrei, havia uma grande sala. Não tinha paredes e eu podia ver uma sala de jantar, uma cozinha e a sala de estar. Achei o banheiro. O chão era de madeira e fazia barulho quando eu andava. Eu queria ser o mais silencioso possível mas o ranger continuava a cada passo. Sentei no sofá. Havia algumas pessoas dormindo do outro lado da sala. Eles olharam, eu sorri, então eu me deitei e tentei dormir um pouco.



Havia passado por volta de uma hora, algumas pessoas começaram a vir até essa área comum. O casal que estava dormindo do outro lado da sala se trocou e o homem saiu. Eu decidi que era hora de acordar e me apresentar.


O Coop Généreux. Eu encontrei o perfil deles navegando no couchsurfing e um dos rapazes pra quem eu ia mandar um pedido estava morando lá. Eu o conheci mas nós nem conversamos. Uma das meninas, Juliette, me mostrou tudo. Aqui é a geladeira aberta, você pode pegar qualquer coisa (eram coisas de descarte), essa outra é a geladeira particular, você deve por seu nome em tudo que colocar aqui. Ele me mostrou o banheiro, a escada que dava acesso ao segundo andar onde eles tinham os quartos e ao telhado.

Quando o rapaz que estava dormindo na sala de estar voltou, ele apresentou sua mulher e ele: Simon e Anne era um casal da França que tinha planos que comprar um trailer e viajar para o sul, do Canadá até o Chile, se possível. Eles queriam ver tudo e eles eram cativantes e muito fofos. Ele me levaram para ver o telhado. De lá, podíamos ver toda a cidade e enquanto o Simon fumava e eu contava sobre mim e perguntava pra eles sobre seus planos. Era engraçado porque a Anne não falava muito bem inglês e eu não falava muito bem francês, então, falamos algo que não era um nem outro.




Voltamos para dentro e tinha café da manhã. Comi do omelete que Simon fez, tomei suco e comi algumas frutas.


Eles estavam lá havia alguns dias então ele me deram algumas sugestões de onde eu deveria ir e nesse momento eu conheci o Fink, um dos outros residentes e com o qual eu mais me interagi. Ele era gentil e me mostrou tudo de novo, mas eu fiquei com vergonha de falar que alguém já havia me dito todas as regras da casa. Eu ouvi como se estivesse revisando. Então, ele me disse que o melhor jeito de andar pela cidade era pegar alguma viela ou rua estreita e andar por ela. Era a melhor maneira de sentir como isso realmente era. O dia estava ensolarado mas o vento estava frio. Eu comecei a caminhar para o lado oposto do que eu tinha vindo do metrô.

De fato, havia algumas casas interessante e vielas. Algumas ruas era bem aconchegantes. Bastantes árvores para todos os lados e o engraçado é que as casas não eram tão parecidas. Você podia ver na mesma rua diferentes cores e arquiteturas, ainda que elas tivessem mais ou menos o mesmo padrão ou tamanho.




Cheguei ao Parc La Fontaine. Era um lindo lugar, mas eu estava mais feliz quando eu estava sob o sol e não nas sombras das árvores. Explorei o parque e mesmo sendo domingo, havia poucas pessoas por lá.




Eu acho que as pessoas alimentam os esquilos aqui porque eles chegam tão perto, pedindo comida. Eu estava tentando enganar um e ele chegou perto uns dois passos de mim.



Havia esse lago no centro do parque e esse teatro de vegetais. Eu não sei se eles tinham plantas atuando, porque o portão estava fechado mas o nome me chamou muito a atenção..



Depois disso eu continuei caminhando. Eu cruzei o parque e não tinha muita certeza para onde eu estava indo. Havia mais casas bonitas e eu comecei a me aproximar de ruas mais largas e prédios mais altos.





Neste ponto eu já tinha decidido ir até o centro da cidade. Eu estava procurando um lugar pra comprar selos. Eu temia que no dia seguinte, que seria de Ação de Graças canadense, tudo estaria fechado. Era domingo e mesmo no Brasil eu não saberia onde comprar selos em um domingo. Todas as lojas de conveniência que fui tinham apenas selos locais, que não prestariam para o correio internacional. Eu tinha comprado alguns cartões postais em Toronto e não tive a chance de enviá-los de lá. O Dale tinha me sugerido enviá-los de Montreal. Ainda era Canadá, certo? Fui a uma farmácia e lá havia um balcão para comprar produtos de papelaria e eles tinham selos internacionais. O engraçado foi: eu comprei cinco selos porque eu tinha cinco cartões postais. Deu 9 dólares. Então, me lembrei que eu ia comprar mais 5 cartões postais em Montreal para mandar para diferentes pessoas e ele eu pedi mais 5 selos. 18 dólares, certo? Não, 19,50. Por que, eu não tenho ideia. Talvez meus amigos matemáticos possam me dizer.


Quando vi isso lembrei da minha amiga Daniela. Ela faria algo assim. E eu pensei qual era a história atrás do cachecol. Quem teria tricotado ele? O cartaz parecia ter sido feito por uma mulher. Eu espero que quem quer que seja que tenha perdido isso, possar ter encontrado a querida peça de roupa perdida.



Comecei a ficar com fome e não tinha certeza de como seria meu próximo dia. Lembrei-me que alguém me disse, durante a conferência, quando eu mencionei que iria pra Montreal, que havia um lugar chamado Schwatz’s, que servia carne defumada. Conferi meu mapa e não era longe de onde eu estava. Quando eu cheguei, gente, tinha uma grande fila de pessoas, na maioria turistas esperando sua vez de entrar. Havia um rapaz controlando a entrada das pessoas, eu sentei no balcão, não nas mesas. Foi uma experiência no mínimo interessante. Era o único lugar no Canadá que fui onde eles não aceitavam cartão de débito, mas aceitavam dólares americanos. Felizmente pra mim, eu tinha a exata quantidade de moeda canadense que eu precisava. Agora eu evitaria lugares que só aceitavam dinheiro ou eu teria que trocar mais dinheiro.



Como você pode ver, tem o bife e o rosa era a carne defumada. Havia também batatas fritas e picles com salada de repolho. E pão e suco. Uma refeição reforçada. Depois de comer e observar o restaurante – levei o tempo que quis pra comer -, eu decidi o que eu faria. Exigiria um pouco de coragem, mas eu paguei e saí. Eu comecei...

continua...

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