segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Jornada para Utopia: Dia 7 (versão de LVA)

Na manhã seguinte, acordei cedo de novo. Tinha planejado de ver a apresentação do Wylie e era a primeira sessão, igual a minha tinha sido,  mas ele me desencorajou de ir. Eu preferi dormir mais uma hora e pegar o próximo trem para Toronto. Mesmo sendo sábado e a mãe de Dale não iria trabalhar, ela combinou de me dar uma carona até a estação. Nos despedimos e levei minhas malas comigo. Eu não voltaria para Newmarket. O plano era, depois da conferência, o Dale iria se encontrar comigo no centro da cidade, jantaríamos e ele me levaria até a estação de ônibus. Meu ônibus para Montreal partiria à meia-noite.

No trem eu vi alguém muito parecido com o meu primo



Eu cheguei lá há tempo de ver o final da primeira mesa. A seguinte seria a que eu ia participar sobre o movimento Occupy e outros. Havia três pessoas previstas para falar. Eu esperei elas chegarem e me apresentei. Cada um teria 15 minutos para falar e depois abriríamos para as perguntas. Um dos apresentadores não apareceu, aparentemente eles estava no hospital, então o John, um dos apresentadores, disse que eles tinham preparado um workshop e que ele queria pegar o tempo do outro apresentador. E ele pediu algo arriscado: ele queria que o outro apresentador falasse, abrisse para as perguntas e depois disso ele começaria a parte dele. E como eu esperava isso não deu certo. As pessoas tinham perguntas e continuaram perguntando pra ele e passamos do tempo estipulado para as questões. O workshop começou e algumas pessoas se frustaram. Era mais como estudos de caso e ele perguntava para nós nossas opiniões sobre as situações. As coisas se tornaram assustadoras quando ele começou a comparar movimentos sociais de hoje com metáforas bíblicas. De qualquer forma, como discussão isso foi bom.

Depois disso aconteceria o almoço de negócios. Eu não tinha participado ano passado, mas eu fiquei sabendo que todos os membros da sociedade podiam e deveriam participar. A taxa de inscrição incluía esse almoço. Melhor ainda pois eu não precisaria perder tempo procurando um lugar. A comida estava muito boa e valeu a pena porque eu comecei a conversar com o Peter Fitting. Ele era um dos organizadores e anfitriões, então eu pensei que seria quase impossível conversar com ele por um tempo. Eu queria que ele me desse algumas dicas para eu caminhar com a minha pesquisa, se teria algum caminho para eu direcionar meus esforços, ainda com falta de foco, ou qualquer outro tipo de dica. Por que tudo ainda estava tão vago?


Eu me sentei com ele durante o almoço e tivemos uma chance de conversar um pouco. Mesmo na fila antes de pegar a comida. Ele estava me perguntando sobre tudo: o que eu estava lendo, qual assuntos me interessariam. Depois do almoço, eu fui para o quarto do Wylie para pegar minha mala, que ele tinha levado pra cima mais cedo e quando eu desci, o Peter disse que nós deveríamos achar um para sentar e conversar mais. Havia alguns sofás e uma mesa de café no corredor dos elevadores.

Foi uma experiência e tanto. Nos sentamos ali e minutos se tornaram horas. Falamos sobre livros e leituras. E então o Phil Wegner chegou. Ele nos perguntou o que estávamos fazendo e nós dissemos a ele que estávamos falando da minha pesquisa. Ele disse que ele era quem devia estar fazendo isso. O Peter o convidou para sentar e ele também deu sua opinião em quais maneiras seriam boas para abordar o que eu queria falar. Foi engraçado porque eles começaram a discutir sobre livros, pessoas, alguma fofoca aqui e ali. Eu estava tão feliz de estar lá. E Milner veio, Joan, qualquer um que passava por ali o Peter tentava convidar pra nossa conversa também, sempre contando as pessoas sobre a minha pesquisa e pedindo a opinião deles. A única pessoa que eu também queria que estivesse lá, Moylan, não passou. Uma lástima, mas um dos momentos mais utópicos de toda a viagem.



Acabamos com a minha promessa de ir pra casa, organizar todas as ideias que ele me deram em uma proposta ou uma descrição de capítulo. Eu fiz isso, e mandei para eles (mas até o momento que eu escrevi aqui nenhum deles me respondeu ainda)




E então, tinha mais uma sessão que eu podia ir. Eu tinha pré-selecionado uma sobre biopolíticas e biotecnologias e os discursos da utopia. Foi muito interessante ver as coisas com uma perspectiva diferente, não apenas da literatura ou da teoria, mas de questões mais práticas como comida (os organismos geneticamente modificados, OGM), medicina e o corpo. São todos assuntos com os quais a utopia crítica tenta lidar.

Estava bem frio lá fora, por volta de 4ºC ou 5ºC. As pessoas estavam saindo para jantar e algumas me convidaram, mas eu já tinha combinado um encontro com o Dale. Ainda era cedo, no entanto, eu tinha que esperar por uma hora ou menos. Encontrei uma tomada e liguei meu computador. Eu tinha tido algumas ideias para a entrevista com a Marge Piercy, então eu melhorei as questões que eu já havia escrito.

Quando eu percebi que já era hora de ir, desliguei o computador, desci as escadas e quando eu cheguei no saguão do hotel, o Dale estava entrando pela porta giratória. Que pontual!
Andamos procurando uma farmácia primeiro, mas algumas já estavam fechadas. Eu precisava comprar algo para minha garganta inflamada e para prevenir que isso virasse um resfriado. Achamos uma e comprei um suprimento médico para a viagem de ônibus e também alguns biscoitos e tal.

Fomos para um restaurante bem aconchegante próximo ao hotel. Eu não estava certo se eu pedia uma refeição ou um sanduíche, então nós dois começamos com sopas, depois, eu pedi um sanduíche. Dale também pediu um sanduíche e se tornou amigo da nossa garçonete, que era das Filipinas como ele tinha adivinhado pelo sotaque. Foi tão divertido ver eles conversando e ela mostrando fotos das crianças. (meu lanche comido pela metade e também o sanduíche do Dale)




E então fomos para a rodoviária. Ainda era cedo, mas era o melhor a fazer com um tempo tão frio. Sentamos e começamos a conversar sobre as pessoas estranhas que estavam lá. A coisa que mais gostei no Dale, e que eu não estava esperando, era que ele observava tudo que estava acontecendo a sua volta. Ele sabia quem iria chamar minha atenção, comentávamos sobre os cabelos, as roupas e as atitudes. Foi tão legal conversar com ele sobre os detalhes a nossa volta. E depois de fazer graça de algumas pessoas na estação e falarmos sobre algumas outras coisas, nos despedimos e ele partiu. Eu comecei a ler um pouco e quando era 11h10 eu vi uma fila se formando do lado de fora. Eu estava com receio de que se não fosse lá ia perder um lugar no ônibus (não eram marcados), mas eu sabia quão frio estaria. De qualquer modo, fui lá fora e entrei na fila. À meia noite, o ônibus partiu e eu tinha me sentado em um assento na janela e não tinha ninguém comigo. Uma mãe com seus dois filhos chegou e, como não tinha mais pares de assentos vazios, ela pediu ao rapaz que estava sentado na mina frente se ele podia sentar em outro lugar. Ele relutantemente começou a se mover, devagar, e eu disse, ei, sente aqui e dei pra ela e pras crianças meu assento e me sentei com um rapaz que estava sentado no outro lado do corredor.







2 comentários:

  1. kkkk Verdade Elton se Parece comigo mesmo só que um pouco mais velho que eu

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